Descrição
De: Irineu Franco Perpetuo
Depois do avassalador sucesso internacional de A Casa de Papel, a Realejo traz ao leitor brasileiro mais uma envolvente narrativa de Carlos María Domínguez. Concisa e pungente como sua predecessora, A Costa Cega traz a mesma mescla irresistível de linguagem poética e ritmo vertiginoso.
Idílicos cenários de veraneio do Cone Sul, as praias uruguaias aqui se revelam indóceis paragens invernais, em que os protagonistas – um jardineiro de meia idade e uma jovem lidando com uma gravidez indesejada – revelam-se tão incapazes de escaparem da inclemência dos elementos quanto do passado que os atormenta.
Um passado em mosaico, que se estrutura gradualmente, em diálogos, a partir de fragmentos do que os interlocutores podem ou conseguem recordar, filtrados por aquilo que eles se permitem ou desejam narrar. E emerge seu traumático substrato compartilhado: as ditaduras militares de ambos os lados do Rio da Prata. Pois nascido em Buenos Aires, em 1955, e radicado em Montevidéu desde 1989, Domínguez já foi definido como “uruguaio nascido em Buenos Aires”. A Costa Cega, se não é uma narrativa histórica, é uma narrativa perpassada pela História. E impensável sem ela.