“Lembrando aqui um dia de rotina nos idos dos anos noventa, comecinho da década, comecinho como balconista na livraria Iporanga. Seu Antonio, um dos donos da livraria e pai do Luigi Marnoto me vê de braços cruzados, ele tira os óculos da face, mastigando de leve uma das hastes e dispara: – Zé Luiz, tá vendo aquelas caixas de caneta Bic? Umas dez caixas amarelas repousavam no balcão do fundo da livraria, aham, Seu Antonio, tô vendo. Abre uma por uma e vê se realmente tem 50 unidades, acho que esses caras estão me enrolando. Deixa comigo, Seu Antonio, ninguém aqui vai enrolar o senhor!”